domingo, 19 de maio de 2013




É preciso saber virar muro de terra.
Onde se é semente de planta que nasce verde ou já morta.
Estar sendo como ser natural, vivo, quente, produtivo
preciso é ser sendo um ser útero.
Molhado de parede, chão, com raízes flutuantes que voam longe
embora conheçam e saudades sintam do lençol quente,
da sua essência de ser planta.
Ser pertencente de lugar nenhum, de você mesmo, do teu ser mesmo,
mesmo que se transforme, mesmo serás mesmo com mudança, mesmo
será
você.
mesma a tua marca.
Grite, fique nu.
Despida-se e pida. Cuspa ao universo, goze consciente da inconsciência
do
prazer.
Retorne a lugar nenhum.
Sabendo de onde veio.

domingo, 5 de maio de 2013

Ele.

Enquanto me batem dois corações
Enquanto me acariciam pequenas mãos
Enquanto que em mim brota a semente da criação
Fora das minhas entranhas
energias se chocam
se trocam e se destroçam
Mas o fruto, sempre puro
carregando os ventos da vida nova
abre os olhos, e chora os teus
Ele diz que há sangue, calor, ardor
para ser entregue ao universo
Onde a terra é forte
o corpo não cede
e a alma se eleva.
De lua, ele se banha
e nos lençóis do céu adormece.
Bendito fruto do ventre
vindo da natureza.


sábado, 15 de dezembro de 2012




Da flor pela flor.
Recebida pelo cheiro mais doce
e carregado da saudade.
é vida, vida!
Verde,
Azul
Amarelo
Plenitude infinita pelo completo
de cada um.
Dos suores, beijos, mordidas, apertões
que por tantas amassou os corações...
Cessada dor pela oração, feita em prece
pra que se apresse o astronautismo.
Que se sujem as mãos de terra lunática
a terra da Lua onde plantadas foram,
sementes que hão de frutiferar
Sem ferir.
Só pra ir.



Retorno aos 7, véspera.

E o que seria sem os possessivos?
Sem os meus, os teus, nossos.
Dispensáveis por vontade
mas essenciais por existência.
Os quereres dos teus insubstituíveis
Nada a ter, daquele porquanto,
meu.
Vazio.
Como então exaltaria os belos
do corpo em que me afogo?
Reverência à saudade que
consome dias, deixando ao vácuo
o prazer da referência a ti?
Sentido, privaria-se.
Crime deixá-los à toa,
a beira da vontade.
Terei-te portanto por obrigação gramatical,
pouco importa...
Possuo-o. Volição.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ora é bom viver de aforismos, de fôlegos curtos e emoções imensas.
Propícia, assim digamos.
Concatenação de sentimentos puros e espontâneos. Desapegar-se.
Abraçando o exato instante do existir, sorrindo entre naturais
energias do essencial de vontade...
Deixa exercer breve ou demoradamente, sem ponderar os desejos (se por assim
chamarmos), ou necessidades.
Respeitar o teu animal, que não mais anseia pela liberdade
limitada.

És que és, por estar-se, enquanto. Depois, serás outrem..

domingo, 4 de novembro de 2012

Lendo-nós.

Metamorfose.
Gostar do calor.
Aprecio.
Deitar-se, pelo prazer
de estar-se comigo,
sem nós,
como dois, doados
a si.
O ir voltando.
Conscientes do inconstante
Acontecimentos ditados
pelo não fazer,
Querendo.
Somos, sem estar.
O lugar, ali
Conheço o caminho da cozinha
Sabe como saboreio
o café.
O mais,
é próprio de si.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quinta-feira.

Percebi a pequenitude observando a imensidão que cabe no movimento do olhar,
é cheio.
É existir, é estar, pela simples razão de por assim ter de ser.
Enfiar o braço pela cadeira pra aquecer a companhia,
sem precisar embora, querendo o toque.
O composto.
Com, eu e mais. Posto que estando ali, completa.
Parede, chão, mão. Composto do eu mais objeto.
Suavidade entregue pela expectativa do não esperado.
Deixar que, e basta.


Escritas no escuro, falta luz.
Ouvir a própria voz, deixe-me cantar.
Ninando meu sono, calmo, calmo, claro
feito do resto de xícara de chá.
Dormir não é deitar.
Dormir é segurar a noite no colo,
e não deixar ela cair.