domingo, 19 de maio de 2013




É preciso saber virar muro de terra.
Onde se é semente de planta que nasce verde ou já morta.
Estar sendo como ser natural, vivo, quente, produtivo
preciso é ser sendo um ser útero.
Molhado de parede, chão, com raízes flutuantes que voam longe
embora conheçam e saudades sintam do lençol quente,
da sua essência de ser planta.
Ser pertencente de lugar nenhum, de você mesmo, do teu ser mesmo,
mesmo que se transforme, mesmo serás mesmo com mudança, mesmo
será
você.
mesma a tua marca.
Grite, fique nu.
Despida-se e pida. Cuspa ao universo, goze consciente da inconsciência
do
prazer.
Retorne a lugar nenhum.
Sabendo de onde veio.

domingo, 5 de maio de 2013

Ele.

Enquanto me batem dois corações
Enquanto me acariciam pequenas mãos
Enquanto que em mim brota a semente da criação
Fora das minhas entranhas
energias se chocam
se trocam e se destroçam
Mas o fruto, sempre puro
carregando os ventos da vida nova
abre os olhos, e chora os teus
Ele diz que há sangue, calor, ardor
para ser entregue ao universo
Onde a terra é forte
o corpo não cede
e a alma se eleva.
De lua, ele se banha
e nos lençóis do céu adormece.
Bendito fruto do ventre
vindo da natureza.